O que são hábitos orais e porque surgem?

Os hábitos orais decorrem da contração muscular aprendida, tornando-se repetitivos e inconscientes. Podem ser divididos em hábitos de sucção nutritiva, em que a sua finalidade é a alimentação, e em hábitos de sucção não nutritiva, em que a sua finalidade é o alívio de tensão, gerando maior satisfação emocional, maior conforto, sensação de proteção e de prazer. No entanto estes são considerados nocivos devida à sua repetição constante, podendo originar alterações nas estruturas orofaciais.

Quais as consequências dos hábitos orais?

Hábitos orais como a sucção de chucha, biberão, sucção digital, labial ou de objetos, onicofagia, bruxismo, projeção da língua, deglutição atípica e roer/morder objetos são considerados hábitos prejudiciais ao desenvolvimento das estruturas orofaciais da criança. Com o tempo os hábitos orais podem provocar alterações a nível dos lábios, língua, dentes, palato, etc., podendo trazer consequências na sucção, mastigação, deglutição, respiração e fala.

Qual a necessidade do uso de chucha?

Existe uma grande pressão social para o uso de chucha, no entanto esta não deve ser oferecida de ânimo leve, ou seja, não deve dar a chucha ao bebé apenas para o “tranquilizar” sem antes tentar entender o porquê do seu desconforto. Assim, é totalmente desaconselhado o uso de chucha nos primeiros 15 dias do bebé e desaconselhado até aos 2 meses. Só deve ser introduzida a chucha depois de a sucção nutritiva estar completamente mantida.

É aconselhável o uso de chucha quando há uma grande necessidade de sucção, normalmente ligada a hiposensibilidade ou quando o recém-nascido/criança até 2 anos apresenta alterações no tónus muscular, revelando hipotonia.

Existem ainda algumas evidências entre a utilização de chucha e a prevenção da morte súbita, no entanto existem outros hábitos de sucção não deletérios como a amamentação. Se não mamar, a chucha deve ser escolhida em função à tetina do biberão, respeitando a forma e o material da tetina, de preferência serem da mesma marca.

O que ter em conta na hora de escolher a chucha:

→ Latex: aconselhadas para bebés/crianças que possuem um padrão de sucção não nutritivo fraco e/ou que se cansam muito, por serem chuchas mais moles e flexíveis.

→ Silicone: aconselhadas para bebés/crianças com um padrão de sução não nutritiva bem estabelecido, por serem mais duras e menos flexíveis. Estas chuchas não observem odores nem sabores o que as torna mais higiénicas.

A tetina deve ser macia, na zona anterior pois é nessa zona que nascerão os dentes e, fina, pois promove o vedamento labial.

O Bico deve ser levantado e achatado, moldando-se à cavidade oral do bebé/criança, reduzindo a pressão da língua contra o palato, promovendo a sua posteriorização.

O escudo labial deve ser côncavo para não obstruir o nariz, possibilitando uma respiração nasal adequada e deve ter frechas que permitam a pele respirar.

Não há uma chucha de eleição! Deverá optar por chucha ortodôntica (anatómica) ou fisiológica (bico gota) pois são estas que melhor se adaptam à cavidade oral.

Estratégias para reduzir/abandonar o hábito:

  • Remover o hábito por etapas, diminuir a frequência e intensidade do uso da chucha, até se atingir o objetivo final.
  • Nunca voltar atrás na decisão! Seja firme!
  • Não deixara vista, nem pendurada na roupa.
  • Não deve pendurar nada na chucha, pois só fará peso na cavidade oral, promovendo alterações das estruturas.
  • Faça um calendário em que apontem se usou ou não o hábito deletério, sendo esse dia marcado com uma “carinha feliz/triste”.
  • histórias que podem ajudar o seu filho a deixar a chucha! Quando o seu filho leva a chucha, o dedo ou outros objetos à boca, vão bactérias e micróbios, daí a importância da higiene oral, desde a amamentação.
  • Fada das chuchas – Seja criativo, crie uma história sobre uma fada das chuchas que recolhe as chuchas das crianças “grandes”. Como agradecimento a fada deixará uma surpresa.
  • “A árvore da chucha” – As chuchas são penduradas em árvores de jardins públicos e acompanhadas por cartas de despedida. (Quinta Pedagógica dos Olivais)

Tratamento

O tratamento das alterações orofaciais é realizado pelo Terapeuta da Fala, sendo muitas vezes necessária uma intervenção multidisciplinar, com o Dentista e o Psicólogo.

Se o seu filho tem mais de 2 anos e apresenta algum hábito oral, contacte um profissional e previna alterações futuras na sua saúde e bem-estar.

Saiba mais junto das nossas Clínicas ou contacte-nos através 214 050 415.

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