” Falar da morte com uma criança é uma situação que causa muito desconforto à maioria dos adultos. Contudo, o luto é um processo natural e transversal a qualquer faixa etária e género, englobando um conjunto de sentimentos e comportamentos considerados comuns após uma perda – psicológicos, físicos e cognitivos.
A forma como cada criança vive o luto depende da sua idade, estádio de desenvolvimento cognitivo e psicossocial, relação com o falecido, forma como os adultos à sua volta lidam com a morte e a cultura em que está inserida. Independentemente disso, todas as crianças devem ter o direito e a oportunidade de perceberem e viverem um processo de luto saudável e adaptativo.
Posto isto, a explicação da morte torna-se essencial e inevitável e, ao contrário do que os cuidadores possam pensar, promove o sentimento de pertença e segurança ao contexto familiar e permite o dissipar de sentimentos que, quando não vividos, impossibilitam a elaboração do luto.
Mas como?
Deve:
explicar-se usando uma linguagem adequada ao nível cognitivo e linguístico da criança, através de conceitos concretos e expressões reais (naturalistas e fisiológicas), devendo dar-se espaço à criança para expressar as suas dúvidas e questões.
Não se deve:
explicar a morte com metáforas e eufemismos “adormeceu para sempre”, “Deus levou-a”, “foi fazer uma viagem muito longa”, “transformou-se numa estrelinha”, uma vez que as crianças não têm consolidadas as capacidades de pensamento abstrato, podendo surgir angústia de separação, ansiedade na hora de dormir devido ao medo de não acordar, erradas atribuições de significados, medo contra Deus, ou acreditar na possibilidade de visitar o falecido no céu. Explicações deste género criam distorções dos factos que não foram bem integrados e memórias que podem conduzir a um processo de luto patológico ou aparecer na forma de sintomatologia ansiosa no estado adulto.
A morte é uma das situações mais difíceis e exigentes para as famílias, implicando uma série de mudanças e alterações na dinâmica familiar, estando cada um dos elementos a viver o seu próprio processo de luto, podendo ser importante a procura de um espaço de apoio e ajuda.
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